O cão foi descrito por Lineu em 1758 como Canis familiaris, e considerado como uma espécie distinta do lobo, descrito também por Lineu no mesmo ano como Canis lupus.[32] Outros nomes foram descritos por Lineu, Johann Friedrich Gmelin e Charles Hamilton Smith para a mesma espécie, sendo considerados sinônimos.(c)
A ancestralidade canina vem sendo discutida e estudada desde há muitos anos. Teorias antigas sugerem uma origem proveniente do chacal-dourado[33] ou então uma origem híbrida entre várias espécies.[34][35] Um levantamento das sequências da região de controle do DNA mitocondrial em 140 cães e 162 lobos demonstrou que o lobo é o único ancestral dos cães.[36] Esta conclusão foi confirmada em outro estudo envolvendo 654 cães e 38 lobos da Eurásia.[37] Enquanto há uma aceitação do lobo como único progenitor do cão, a questão taxonômica envolvendo o reconhecimento de uma ou duas espécies distintas ainda não está resolvida.[38]
Baseado na consistência genética, Wayne considerou que o cão, apesar da diversidade em tamanho e proporção, nada mais é do que um lobo.[39] Em contraste, análises estatísticas de crânios têm repetidamente demonstrado uma separação total entre lobo e cão.[40] O conceito ecológico de espécie proposto por Van Valen foi aplicado por alguns pesquisadores para demonstrar características adaptativas específicas nos cães por viverem em um nicho antropogênico. Esta hipótese suporta o reconhecimento do Canis familiaris como uma espécie distinta do Canis lupus, apesar de uma idade de separação não superior a 12 000 a 15 000 anos atrás.[41]
Apesar de certos pesquisadores continuarem a reconhecer duas espécies distintas, [42][41] existe uma tendência recente em seguir a classificação proposta por Wozencraft (1993[43];2005[44]) que inclui o C. familiaris como uma subespécie de C. lupus.[38] Pela lei da prioridade estipulada pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome C. familiaris, descrito na página 38, tem prioridade sobre C. lupus, descrito na página 39 do Systema Naturae por Linnaeus. Por questões de usabilidade e estabilidade, foi requisitado à Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica a conservação de dezessete nomes específicos baseados em espécies selvagens, entre eles o Canis lupus.[45][46]
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